Organizar gastos: entenda tudo sobre o assunto

Trilha da Conquista

30/09/19

Cá entre nós: se há algo que as pessoas gostariam de ter desde pequenas é a capacidade de organizar gastos no dia a dia, não é mesmo? Afinal, com a vida adulta e as diversas responsabilidades que ela traz, nem sempre é fácil ter disciplina e controle sobre o próprio dinheiro. Como resultado, o orçamento entra no vermelho e você acaba tendo que se virar nos 30 para arcar com tantas despesas e não contrair mais dívidas.

Porém, nem tudo está perdido! Neste post, reunimos algumas ótimas dicas para ajudá-lo a reverter esse cenário e aprender a poupar, além, é claro, de falarmos sobre a importância da organização financeira e a correlação entre o seu estado emocional e os seus impulsos para gastar. Ficou curioso em saber mais? Pois é só acompanhar!

A importância de organizar os gastos

Organizar gastos é uma atividade importante porque o descontrole em relação ao próprio orçamento gera acúmulo de contas a pagar, o que acaba se transformando em dívidas e consumindo boa parte da sua renda — isso quando não compromete ela toda!

Ou seja, você entra em um eterno ciclo sem fim de trabalhar para pagar faturas e boletos, não podendo aproveitar o seu salário como gostaria. Em alguns casos, a desorganização é tamanha que o resultado é um só: a negativação do seu nome.

Com isso, fica difícil manter uma reserva financeira para ocasiões de necessidade, além do fato de que perder o emprego, se afastar da empresa por tempo indeterminado ou tirar um período sabático para decidir o que fazer do futuro se torna algo inviável.

Para piorar, a falta de pulso firme com o dinheiro dificulta bastante a realização dos seus objetivos, como o custeio dos seus estudos de graduação e pós-graduação, a compra de um veículo, a realização da sua festa de casamento ou a aquisição do primeiro apartamento.

A relação das emoções com a saúde financeira

Você sabia que as emoções estão entre os fatores capazes de influenciar a forma como gastamos? Isso acontece porque quando as pessoas estão tristes, desmotivadas ou estressadas, elas ficam mais suscetíveis a gastar sem pensar no dia de amanhã, tudo para espairecer a mente e se entreter.

Esse é um processo conhecido na psicologia como “autocompensação em gotas”. Isto é, ao ver que determinada situação saiu do controle, teve um resultado negativo ou o atrapalhou de conseguir os objetivos desejados, algumas pessoas optam por não encarar o problema.

Ao contrário, preferem adotar o método de escapar e se autocompensar com doses homeopáticas de prazer/felicidade por meio de coisas banais e supérfluas — refeições excessivas, passeios caros e roupas sem utilidade, por exemplo. O problema é que essa sensação tem duração limitada e geralmente faz o indivíduo se sentir pior depois.

Daí é fácil imaginar o que acontece: o número de dívidas aumenta e, consequentemente, a sua saúde financeira fica ainda mais debilitada. Por essa razão, seja forte ao passar por momentos difíceis na vida e busque soluções para lidar com eles.

Além disso, lembre-se de que há alternativas muito mais benéficas para o seu corpo e a sua mente do que gastar a torto e a direito — que só o distrai momentaneamente e depois traz ainda mais dor de cabeça —, como se exercitar, praticar um esporte, ver uma série de TV, namorar, sair com os amigos para jogar conversa fora etc.

9 dicas práticas para organizar gastos

Bom, agora que você já sabe qual é a importância de organizar os gastos e como as emoções têm o poder de afetar as suas despesas, chegou o momento de descobrir como colocar ordem na sua vida financeira. Para isso, reunimos algumas dicas práticas e eficientes que vão ajudá-lo nessa missão. Confira!

1. Saiba qual é o seu orçamento mensal

A primeira dica é bem simples: saiba qual é, de fato, o seu orçamento mensal. Isto é, a soma do seu salário (já tirando os devidos descontos da folha de pagamento) com a média de ganhos extras, caso você faça atividades como freelancer ou autônomo.

Sim, pode parecer óbvio tocar nesse assunto, mas acredite: muita gente não conhece a própria realidade financeira e adota um padrão de vida com o qual não tem como arcar. Portanto, torne-se consciente sobre a sua renda!

2. Liste as suas despesas fixas

Consciente do seu orçamento, é muito importante que você liste as suas despesas fixas para entender melhor o que realmente é válido e o que é supérfluo entre elas. Lembrando, é claro, que despesas fixas são aquelas que você tem mensalmente, mesmo que o valor não seja o mesmo todos os meses. Abaixo, há algumas delas:

  • abastecimento de água;
  • eletricidade;
  • plano de saúde;
  • taxa de condomínio;
  • TV a cabo;
  • plano pós-pago de celular;
  • assinatura de jornal online;
  • planos de streaming;
  • mensalidade da faculdade;
  • provedor de internet;
  • telefonia fixa.

Feito isso, analise esses gastos para identificar aqueles que podem ser reduzidos ou mesmo cortados de uma vez. Por exemplo, caso você não use frequentemente os serviços de TV a cabo e de telefonia fixa, solicite o cancelamento.

Já a assinatura de jornal online é dispensável, uma vez que você pode obter a mesma informação por meio de outros portais e sites sem pagar por isso. O mesmo vale para o streaming de música, visto que as principais plataformas do momento oferecem a alternativa de conta gratuita para os usuários.

Por sua vez, o plano pós-pago de celular pode ser substituído por outras opções (pré-pago ou controle). Resumindo: aos poucos, dá para enxugar (e muito) as suas despesas, deixando apenas o que realmente é indispensável.

3. Monitore os seus gastos

Após passar o pente fino nas suas despesas, é hora de começar a monitorá-las. Afinal, acompanhá-las ao longo dos meses é importante para conseguir reconhecer quando alguma conta está com o valor acima do normal, houve uma mudança de preço em determinado serviço ou há alguma cobrança indevida (como encargos financeiros).

Para isso, faça uma planilha de gastos pessoais, que vai facilitar esse monitoramento e não demanda muito tempo para ser atualizada — uma vez por mês é o suficiente!

Inclusive, vale mencionar que você pode compartilhar esse documento com os demais moradores do imóvel. Assim, caso vocês dividam as contas domésticas, a pessoa ajudará a gerenciar as finanças de casa, evitando que elas atrasem ou se acumulem.

4. Evite compras parceladas

A gente sabe que as tentações são muitas e que em momentos sem dinheiro em mãos pode parecer prático e simples fazer compras parceladas. Afinal, você só terá que pagar a partir da próxima fatura, não é mesmo?

A questão é que, como diz o ditado, de grão em grão a galinha enche o papo. Ou seja, separadas, as parcelas dos crediários, carnês e cartões até são baixas e não afetam o seu orçamento. Porém, elas serão cobradas simultaneamente todos os meses, e o que era uma quantia pequena ali e acolá evolui para uma grande (e pesada) despesa para o seu bolso.

Daí já viu: você acaba não conseguindo administrá-las e começa a adiar os pagamentos, a pagar apenas o valor mínimo das faturas, a acumular juros por atrasos, a receber cartas de cobrança e isso vira uma bola de neve sem fim.

5. Unifique as suas contas em aberto

Está lidando com muitas faturas por mês, especialmente quando se trata de despesas variáveis? Se a resposta foi um “sim”, isso significa que você usa diferentes cartões, crediários e carnês ao mesmo tempo. Portanto, é hora de parar!

Isso porque esse hábito aumenta as chances de você ter diversas contas com valores altos e acabar atrasando ou deixando de pagar algumas delas. O ideal é concentrar os seus gastos em um único cartão. Dessa maneira, fica mais fácil acompanhá-los e estabelecer limites para compras.

6. Ponha um ponto final nas dívidas

Se você tem dívidas pendentes de pagamento, liste quais são elas, anote o custo total de cada uma, já contabilizando os respectivos juros, e faça acordos com os credores para pagar valores mais em conta para o seu bolso. Livrar-se dos débitos é um passo crucial para acabar com as cobranças por correio e telefone, e o principal: organizar o seu orçamento.

7. Não coloque dependentes no seu cartão de crédito

Outra dica útil é não colocar dependentes no seu cartão de crédito, ainda que sejam filhos ou familiares. O motivo disso é que por mais comedido que você seja para não aumentar as despesas mensais, não é possível ter o mesmo controle com terceiros que tenham acesso ao seu limite — e, inclusive, podem usá-lo a qualquer momento.

Com essa ação simples, dá para evitar surpresas desagradáveis, como faturas com valores exorbitantes e compras parceladas que podem inutilizar o seu cartão por meses.

8. Evite pegar crédito sem necessidade

Além do que já foi dito, é importante que você evite pegar crédito sem necessidade, como empréstimo pré-aprovado, cheque especial, antecipação de Imposto de Renda, antecipação do 13º salário e por aí vai. Afinal, sabemos que muitos bancos oferecem essas e outras alternativas, inclusive com liberação automática na sua conta-corrente. Porém, é necessário não agir por impulso e pensar duas vezes se vale a pena recorrer a esse tipo de recurso. Por isso, pare e faça algumas perguntas a si mesmo.

  • Houve algum imprevisto ou emergência que demanda um dinheiro que não tenho?
  • Vale a pena recorrer a uma linha de crédito por motivos banais?
  • Terei como pagar a quantia requisitada com facilidade sem que as prestações pesem no meu bolso?

Do contrário, será mais uma conta a ser paga durante meses e, em alguns casos, com juros elevados que aumentam (e muito) o valor final que deve ser quitado.

9. Não tenha vergonha de correr atrás de promoções e ofertas no supermercado

Para concluir nossas dicas, saiba que você não deve ter vergonha de aproveitar promoções e ofertas no supermercado. Ao contrário, correr atrás delas é, na verdade, uma atitude inteligente para quem deseja gerenciar as finanças de casa.

Basta lembrar que a alimentação é uma das principais despesas que temos no cotidiano. Tanto é que muitas pessoas fazem compras de alimentos e outros produtos semanalmente para repor a despensa. Logo, pesquisar por preços mais em conta é fundamental para não gastar mais do que o planejado e acabar estourando o orçamento.

6 dicas para economizar dinheiro

Se você já gostou das sugestões para controlar as despesas, certamente, também vai gostar da nossa seleção de dicas para reduzir os gastos domésticos e conseguir economizar de maneira mais eficiente. Afinal, sabendo poupar, se torna mais fácil ter um orçamento folgado e fazer um bom pé de meia. Por isso, fique atento a elas!

1. Poupe parte da sua renda

Para começar, crie o hábito de poupar regularmente. Do contrário, você nunca vai conseguir juntar dinheiro como deseja. “Ah, mas eu tenho dificuldade e sempre acabo gastando o valor que queria guardar. Como faço?”. Se esse é o seu caso, saiba que o segredo para adquirir esse costume está em encarar a poupança como uma conta a pagar.

Portanto, reserve uma quantia fixa da sua renda mensal (entre 10% a 25%, por exemplo) e transfira esse valor assim que receber o seu salário e/ou pagamentos.

Inclusive, dá até para programar esse tipo de aplicação por meio dos aplicativos da grande maioria dos bancos. Em pouco tempo, você verá que a dificuldade que tinha era apenas falta de foco e que poupar parte do seu orçamento pode ser mais fácil do que parece.

2. Use e abuse dos programas de fidelidade

Você está cadastrado em programas de fidelidade de farmácias, postos de combustíveis, supermercados, padarias e afins, mas não acompanha o seu saldo de pontos, nem faz uso deles? Então, comece a fazer isso a partir de hoje.

Tenha em mente que essa é uma ótima forma de economizar nas suas compras do dia a dia, visto que eles costumam render descontos, combos promocionais e até ofertas especiais. Além disso, os programas de cartões de crédito podem render milhas, que você pode utilizar para adquirir (ou reduzir o custo de) passagens aéreas para curtir as férias ou, quem sabe, a lua de mel em um lugar paradisíaco. Que tal a ideia?

3. Faça mais atividades gratuitas

Nossa terceira dica é pesquisar por mais atividades gratuitas que você possa fazer com o parceiro, os amigos e os familiares. Basta lembrar que o lazer é muito importante para socializar, se divertir e melhorar o seu bem-estar físico e psicológico.

No entanto, se você só faz programas pagos (e caros), isso pode acabar estourando o seu orçamento. Por essa razão, procure por alternativas sem custo, como atrações culturais, shows e festivais abertos ao público, exposições, mostras artísticas e por aí vai.

4. Revenda o que você não usa mais

Você tem roupas, calçados, acessórios, móveis, eletrônicos ou mesmo objetos de decoração que não usa mais, mas que estão em bom estado de conservação e funcionando corretamente? Então, em vez de deixá-los ocupando espaço na sua casa ou simplesmente descartá-los, use a cabeça e revenda-os em feiras de itens usados, brechós, bazares e sites de comércio virtual.

Assim, você se vê livre do que não quer e, de quebra, consegue uma renda extra. Esse dinheiro a mais pode ser usado para pagar as contas do mês, quitar aquela dívida em aberto, comprar algo que você precisa ou ir direto para a sua poupança.

5. Consiga uma carona na sua rotina

Se você utiliza o transporte público na sua rotina casa/trabalho/faculdade, uma boa ideia para economizar é procurar algum colega (de faculdade ou de trabalho) que tenha carro e faça um trajeto parecido. Assim, você pode negociar de repassar um valor menor do que o da passagem, mas justo, e os dois saem ganhando.

Caso você tenha carro, a mesma lógica pode ser usada: encontre pessoas que façam o mesmo caminho e negocie caronas. Essa é uma ótima forma de economizar dinheiro e ainda conseguir uma companhia para os trajetos diários.

6. Mude a sua conta bancária

Por fim, mude a sua conta bancária para uma conta digital, que geralmente é isenta de custos de utilização. Isso porque os modelos tradicionais têm custo de manutenção mensal, comumente chamada de “cesta de serviços”, que cobre um número “X” de transações que você pode fazer a cada 30 dias (como saques, transferências, solicitação de extratos etc.).

Muita gente não presta atenção nisso, mas ao longo de dois semestres dá para perder um bom dinheiro por conta dessa cobrança fixa — valor esse que poderia ser usado para outras coisas. Por exemplo, imagine que o seu banco cobre a cada mês o preço de R$12,45. Em um ano, você terá pago R$149,40. Em uma década, por sua vez, terá pago R$1.494. Percebe do que estamos falando?

Use a tecnologia a seu favor

Não poderíamos encerrar este post sem tratar de algo muito importante: a tecnologia. Isso porque ela é uma ótima aliada para economizar e organizar gastos. Afinal, não faltam cursos de finanças online, plataformas e aplicativos desenvolvidos para melhorar a sua relação com o dinheiro e garantir mais controle sobre o seu orçamento.

Por isso, confira alguns aplicativos gratuitos que você pode usar no seu celular!

Organizze

A primeira indicação é o Organizze que, como o próprio nome sugere, funciona como um organizador da sua renda. Nele, você insere diariamente as suas despesas e indica em quais categorias elas se encaixam (transporte, moradia, alimentação, educação, lazer etc.).

A partir disso, é possível saber com o que você mais gasta durante o mês e, assim, pensar em alternativas para diminuir esses custos. Outro ponto relevante do Organizze é que ele ajuda a monitorar o uso dos cartões de crédito para que não surjam dívidas desnecessárias. Para tanto, basta listar quais você tem e informar um teto de gastos para cada um para que o app crie lembretes e alarmes periódicos a fim de lembrá-lo disso.

O app está disponível para os sistemas iOS e Android.

Moneyhero

Com um visual simples e bastante intuito, o Moneyhero traz dois grandes diferenciais para os seus usuários. O primeiro é que o aplicativo permite estabelecer quanto você deseja guardar para alcançar as suas metas pessoais. Feito isso, ele sugere uma quantia mínima que deve ser poupada por mês e o limite máximo de gastos que você pode ter para não precisar usar esse dinheiro. Legal, né?

O segundo diferencial do Moneyhero é que ele permite que seja feito um controle de finanças em casal. Dessa forma, mesmo que vocês ainda não morem juntos, já dá para treinarem para quando isso acontecer e for preciso planejar mensalmente o orçamento familiar para as despesas domésticas, por exemplo.

O aplicativo está disponível para os sistemas iOS e Android.

Finance

O Finance, por sua vez, é um aplicativo que vai além do controle de gastos. Para você ter uma ideia, o app traz a funcionalidade de plano de contas, em que você cadastra todos os seus boletos mensais, e ele passa a lembrá-lo quando as próximas faturas vão chegar e quando a data de vencimento estiver perto. Dessa maneira, fica mais fácil evitar atrasos e custos extras com multas e taxas.

Outro benefício do Finance é que ele permite integração com a sua conta bancária para monitorar débitos automáticos suspeitos, transferências acima do normal e, principalmente, despesas excessivas no cartão de débito.

O app está disponível para os sistemas iOS e Android.

Como visto ao longo do texto, organizar gastos não se trata apenas de colocar o seu orçamento pessoal em dia. Ao contrário, é se tornar consciente da sua realidade financeira, entender melhor como lidar com os impulsos consumistas e aprender a economizar dinheiro para os seus objetivos. Por isso, anote todas as nossas dicas e comece hoje mesmo a colocá-las em prática para sair do vermelho!

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