O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS?
O que são bandeiras tarifárias?
Antes de tudo, é preciso explicar que grande parte da energia elétrica no Brasil é gerada através de hidrelétricas. Em outras palavras, em usinas que transformam a força das águas em eletricidade. No geral, os períodos de chuvas são suficientes para abastecer as hidrelétricas do país, fazendo com que a energia fique mais barata.
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Entretanto, nos períodos de seca, pode ser necessário recorrer à uma geração de energia mais cara. Por isso, desde o ano de 2015, as contas de energia passaram a trazer uma novidade: o sistema de bandeiras tarifárias.
O objetivo das bandeiras tarifárias é informar o consumidor quando a energia estará mais cara ou mais barata, de acordo com as condições para sua geração.
Qual a diferença entre as bandeiras tarifárias e tarifas de energia elétrica?
É muito importante entender as diferenças entre as bandeiras tarifárias e as tarifas já presentes na conta de luz. As tarifas representam grande parte da conta de energia e cobrem os custos envolvidos na geração, transmissão e distribuição da energia elétrica.
Já as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Isso porque, dependendo do tipo de usina que gera a energia, esses custos podem ser maiores ou menores. Antes desse sistema, as pessoas tinham que lidar com essas variações de custos no reajuste seguinte, o que poderia ocorrer até um ano depois.
Com as bandeiras, porém, a conta de energia passou a ser mais transparente e o consumidor tem a informação no momento em que essas cobranças acontecem. Resumidamente, esse sistema mostra a variação do custo da geração de energia, assim que ele acontece. O que, além de informar melhor as pessoas, permite que elas reajustem seu consumo a fim de economizar mais ou menos.
Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?
Basicamente, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como um “semáforo”, que indica a diferença de custo de geração de energia para os consumidores. Quem define as cores das bandeiras tarifárias é a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quer ver o que cada uma significa? Entenda a seguir!
Em primeiro lugar, temos a bandeira verde, que representa condições favoráveis de geração de energia. Nela, não há nenhum acréscimo de tarifa.
Já a bandeira amarela representa a geração em condições menos favoráveis. Por isso, a tarifa terá um acréscimo de R$ 1,874 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido.
Em seguida, temos a bandeira vermelha – Patamar 1. Ela indica condições mais caras de geração de energia. Com isso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 3,971 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido.
A bandeira vermelha – Patamar 2 significa condições ainda mais custosas de geração. Portanto, a tarifa tem um acréscimo de R$ 9,492 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido.
Ainda mais, em setembro de 2021, o Governo anunciou a criação de uma nova classificação, a bandeira tarifária escassez hídrica (sinalizada pela cor preta). Na prática, isso cria outro patamar, com a cobrança de R$ 14,20. Vale lembra que esse aumento também não é calculado sobre o valor total da conta de luz, mas a cada 100 kWh consumidos.
Quais são as vantagens do sistema de bandeiras tarifárias?
Com a aplicação das bandeiras tarifárias, cada pessoa tem a oportunidade de gerenciar melhor o seu consumo de energia elétrica e buscar reduzir o valor da conta de luz. Por outro lado, para as distribuidoras, há um adicional de ganhos para arcar com os custos com a compra da energia mais cara.
Além disso, esse sistema também serve para conscientizar a população sobre um consumo de energia mais sustentável. Afinal, se há a incidência da bandeira vermelha na conta, por exemplo, significa que as usinas enfrentam níveis mais baixos de água nos reservatórios. Então, é o momento de toda a população reavaliar os hábitos a fim de buscar práticas que incentivem a economia.
Quando e como as bandeiras tarifárias mudam de cor?
A cada mês, as condições de operação do sistema de geração de energia elétrica e a necessidade das bandeiras são reavaliadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O órgão define a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda. A partir dessa avaliação, é feita uma previsão de geração de energia e os custos necessários a serem cobertos pelas bandeiras para suprir a demanda.
Desse modo, quando há escassez de chuvas, por exemplo, o custo extra para acionar as usinas termelétricas é repassado aos consumidores finais por meio da mudança da bandeira. Geralmente, é quando se aciona a bandeira vermelha.
O sistema de bandeiras tarifárias é o mesmo em todo o País?
O sistema é válido para todo o Brasil, com exceção do estado de Roraima. Isso porque esse estado ainda não está interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Vale lembrar que também existem concessionárias que estão parcialmente interligadas ao SIN. Neste caso, os consumidores dessa região não pagam a bandeira.
No entanto, é importante que essas pessoas também utilizem a energia de forma consciente e assim contribuam para reduzir os custos de geração de energia do sistema.
Como economizar energia elétrica?
Como você pode ver, as bandeiras tarifárias podem influenciar o seu orçamento doméstico, deixando a conta de energia da sua casa ou apartamento mais cara. Ainda mais, ao entender como o sistema funciona, fica claro que é preciso sempre tentar buscar um nível de consumo mais sustentável.
Entre os vilões da conta de luz estão equipamentos como o chuveiro elétrico, secadora de roupas e ferro de passar. Eletrodomésticos tradicionais também aumentam os gastos, principalmente geladeira, micro-ondas e lavadora de roupas. Por isso, que tal conferir algumas dicas de como economizar energia no dia a dia? Vamos te mostrar agora como reduzir o consumo de forma simples!
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Escolha aparelhos elétricos eficientes
Sem dúvida, eletrodomésticos mais antigos costumam ser menos eficientes. Por isso, se puder, substitua-os por aparelhos mais novos e com selo de eficiência energética.
Evite banhos longos
É um fato. Ao ficar tempo demais debaixo do chuveiro, você desperdiça água e consome energia elétrica em excesso, principalmente no inverno. Então, procure tomar banhos de, no máximo, cinco minutos. Priorize também pelo modo “morno” ou “verão” no chuveiro em dias quentes.
Fique de olho no carregador de celular
Não deixe o carregador de celular na tomada sozinho ou depois que o aparelho estiver completamente carregado. Além de evitar acidentes domésticos, ele consome energia elétrica.
Evite o “modo espera” dos aparelhos
Nunca deixe os aparelhos ligados no “modo espera”, ou stand by. Afinal, não há necessidade de continuar consumindo energia se você não os está utilizando. Tire sempre o eletrodoméstico da tomada quando não estiver em uso.
Escolha lâmpadas LED
Dê sempre preferência às lâmpadas LED. Elas consomem até 80% menos que as lâmpadas convencionais,
Utilize a função “timer” das TVs
Que tal evitar dormir com a TV ligada? Só é preciso utilizar a função “timer” ou “sleep” para que o aparelho desligue sozinho. Ainda mais, você garante um sono mais tranquilo.
Utilize a geladeira com eficiência
Aqui, a dica é não utilizar a parte de trás da geladeira ou do freezer para secar panos e roupas, por exemplo. Além disso, vale a pena verificar sempre o estado da borracha de vedação e evitar abrir a porta a todo momento.
Passe as roupas de uma única vez
Junte a maior quantidade possível de roupas para passar e sempre utilize a temperatura indicada para cada tipo de tecido. Você também pode deixar as roupas leves para passar com o ferro desligado.
Uma hora de ferro ligado diariamente é o suficiente para acrescentar cerca de 30 kWh na conta de energia no final do mês. Por fim, tenha a atenção de desligar o aparelho quando não estiver usando.
Confira os fios de casa
Fios desencapados ou expostos podem gerar acidentes e contribuem para perda de energia. O recomendado é trocá-los com urgência. Fique sempre de olho em possíveis reparos!
Posicione a geladeira em um local ventilado
Antes de mais nada, você sabia que a geladeira corresponde a cerca de 30% da energia gasta em uma residência? Acredite! Por isso, uma maneira de contribuir para a economia de energia é colocar o aparelho em um local ventilado da sua casa. Então, se a sua cozinha não for um local bem arejado, pense em outro cômodo da casa para posicionar esse item.
Evite colocar fogão e geladeira muito próximos
Muitas pessoas talvez não saibam, mas se o fogão e geladeira estiverem muito próximos, um pode interferir no consumo de energia do outro. Isso acontece devido à diferença de temperaturas entre os dois aparelhos.
Para resolver esse problema, basta avaliar as opções de espaços disponíveis na sua cozinha, ver o que pode ser mudado de lugar.
Mantenha a geladeira limpa
Além da dica anterior, outra ótima sugestão é manter a geladeira limpa e em bom estado de conservação. Nesse sentido, lembre-se de não forrar as grades, já que isso dificulta a circulação de ar.
Ainda mais, caso você se ausente da casa por muito tempo, é recomendado esvaziar a geladeira e deixá-la desligada.
Invista na iluminação natural
Por último, se você quer economizar ainda mais em sua energia doméstica, opte pela iluminação natural dentro do seu lar. Com simples alterações, o consumo de energia é reduzido, evitando o uso mais frequentes lâmpadas durante o dia, por exemplo. Além disso, você deixa sua casa mais bonita e arejada.
Agora que você já entende tudo sobre bandeiras tarifárias e economia de energia, só é preciso colocar tudo em prática! Para mais dicas e conteúdos, confira também nossa página no Instagram e Facebook. Quer aprender a economizar ainda mais? Então confira nossos outros posts!
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