No mundo corporativo, brincar é coisa séria (e necessária)
O que muda de um mamífero para outro – e, principalmente, de uma pessoa para outra – é a forma como as necessidades são manifestadas e expressadas. Isso pode mudar de acordo com a idade, cultura, país, realidade social, época, entre outras variantes, mas as sete necessidades sempre estiveram, estão e estarão lá, fazendo parte do nosso cérebro e preenchendo diversas áreas dele.
As sete necessidades afetivas existem para que o nosso corpo se mantenha em equilíbrio, ou seja, se faltar algum elemento para que a gente sobreviva, essas necessidades vão nos mandar sinais, mostrando que alguma coisa está em falta – ou em excesso. Nós traduzimos esses sinais, que geralmente são incômodos ou desconfortos, em sentimentos e esses sentimentos nos levam a agir, pensar, decidir, fazer ou não fazer. De acordo com o neurocientista, nossa vida se resume em satisfazer as necessidades afetivas fundamentais e, assim, construir quem somos. Quais são elas?
As sete necessidades afetivas
Se todas as emoções, de qualquer pessoa, nasce por causa das necessidades afetivas, conhecê-las nos ajuda a entender o que estamos sentindo e o que podemos fazer para voltar ao estado de equilíbrio. Nesta busca por equilíbrio, o cérebro dos mamíferos realiza várias atividades: se falta água, sentimos sede; se precisamos descansar, sentimos sono; se estamos com a temperatura baixa, sentimos frio; se a temperatura está alta, suamos para tentar minimizar o calor.
Mas nem tudo é tão simples quanto beber um copo de água ou colocar uma blusa quando esfria. Por isso, as sete necessidades afetivas podem se manifestar de várias formas e pode ser diferente para cada pessoa. Vamos conhecê-las:
- Necessidade de buscar, que aparece junto com todas as outras
- Necessidade de fugir, que tem a ver com medo e proteção
- Necessidade de brigar, que tem a ver com a reação quando estamos ameaçados
- Necessidade de prazer, que tem a ver com a sexualidade
- Necessidade de ser amado, que depende das interações, acolhimento e criação de vínculo
- Necessidade de cuidar, que aparece com muita força entre pais e mães, mas que existe em todos nós (nossa relação com pets, plantas, amigos e até profissões)
- Necessidade de brincar, que aparece quando vivenciamos frustrações e usamos o “faz de conta” para ocupar algum lugar que não conseguimos na realidade.
Apesar de todas as necessidades ou sistemas afetivos serem muito importantes, a necessidade de brincar aparece em todas as outras (assim como buscar). Isso porque é por meio dela que todas as pessoas podem experimentar as situações antes que elas se tornem realidade. Um exemplo são as crianças brincando de “casinha”: seja menino ou menina, elas estão antecipando o que elas enxergam que será o formato de vida adulta que elas terão, observando a dinâmica familiar. Portanto, brincar é muito mais do que estimular a criatividade e a imaginação, é essencial para qualquer pessoa.
Brincadeira é coisa de adulto?
Já está mais do que provado, pela ciência e pela psicologia, que as brincadeiras são necessárias para o desenvolvimento de todas as crianças e, no mundo ideal, devem ser sua principal atividade no dia a dia. Se a necessidade de brincar faz parte de todas as pessoas, como ficam as pessoas que não são mais crianças nessa história?
É comum que os adultos associam a brincadeira a algo que não pode ser levado a sério. Depois da fase infantil, o que é lúdico vai aos poucos sendo substituído pelo que é racional e lógico. A verdade é que vamos brincar durante toda a vida, ainda que tenhamos encontrado outros nomes para a brincadeira, porque a atividade lúdica é fundamental. Alguns pesquisadores mostram que não se permitir brincar pode ser tão prejudicial para a saúde quanto ficar muito tempo sem dormir, por exemplo.
Brincar, enquanto adulto, oferece muitos benefícios para a saúde mental, como construção de confiança, empatia, otimismo, flexibilidade, abertura, foco no presente, perseverança, equilíbrio emocional, resiliência, maior atividade cognitiva e desenvolvimento de um senso de pertencimento. Não é coincidência que as características desenvolvidas pelos adultos ao brincar façam parte, hoje, de algumas das habilidades mais requisitadas pelo ambiente corporativo.
Como parte da vida social de quem não é mais criança, as brincadeiras aparecem em forma de hobby, jogos (seja de tabuleiro ou virtuais), atividades físicas, atividades artísticas, esportes, leituras, músicas, festas, séries e filmes – e todo mundo se realiza a partir do resgate da brincadeira. Não é à toa que, nos últimos anos, o entretenimento esteja repleto de filmes e personagens nostálgicos, que trazem de volta a satisfação e o prazer do contato com o lúdico.
Trabalho não é brincadeira, mas brincadeira faz parte do trabalho
Uma das empresas que percebeu o benefício da brincadeira nas interações entre adultos é a Lego, especialista no tema e adorada por todas as gerações. Atualmente, a Lego presta consultoria para as empresas, realizando jogos entre colegas de trabalho, lideranças e equipes, por meio da iniciativa chamada de Lego Serious Play. O principal objetivo é estimular a empatia, o compartilhamento de conhecimento, a conexão entre as pessoas e o espírito de inovação.
Palavras da própria empresa: “Lego Serious Play é um método para facilitar a comunicação nas reuniões, facilitar o pensamento e a construção de ideias para resolução de problemas de indivíduos, equipes e organizações. Está fundamentado em extensa pesquisa nas áreas de negócios e estratégia, desenvolvimento organizacional, psicologia e aprendizagem”.
Não é só a empresa especialista em brincadeiras que percebeu a importância de estimular a brincadeira no meio corporativo. Cada vez mais as companhias buscam workshops e experiências que entreguem o que foi batizado de gamificação – que nada mais é do que colocar todo mundo para brincar junto, solucionar problemas por meio da criatividade e, claro, se divertir. A diversão faz bem para a saúde mental, principalmente em uma época onde as pessoas estão cada vez mais ansiosas e tentando descobrir como minimizar as consequências do estresse.
As organizações podem ter um papel fundamental no resgate das brincadeiras entre as pessoas que já estão no meio corporativo, incentivando-as a não deixar o lúdico de lado e muito menos extingui-lo da rotina. A brincadeira é responsável pelo estado mental mais otimista e pelo aumento da satisfação no trabalho, além de permitir que as pessoas experimentem mais, arrisquem mais, inovem mais e promovam um ambiente muito mais agradável para a realização das atividades – o que contribui para elevar o sentimento de propósito vinculado ao trabalho.
Na Tenda, um dos momentos mais significativos para quem chega é o contato imediato com a brincadeira. Logo no onboarding, quando os novos colaboradores são oficialmente recebidos e apresentados à empresa, as pessoas têm contato com jogos que aliam conhecimento à diversão.
A equipe de Gente e Gestão desenvolveu diferentes tipos de interações gamificadas que ajudam os colaboradores a entenderem melhor o que a Tenda faz, quais os objetivos e propósitos da empresa, o público para quem os produtos e serviços são destinados e também para que todos se apresentem e aprendam mais sobre as pessoas de cada time. O resultado vai muito além da brincadeira; desenvolve desde o primeiro dia o sentimento de pertencimento e do prazer nas atividades diárias.
E você, como estimula seu lado lúdico, mesmo encarando todos os dias uma rotina que não é brincadeira?
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