O que é e como funciona o crédito rotativo?

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O que é crédito rotativo?

Quando não conseguimos manter o orçamento sob controle, pode faltar dinheiro para pagar o valor integral da fatura do cartão de crédito. Consequentemente, utilizar o rotativo se torna uma saída. Basicamente, o crédito rotativo é uma opção fornecida pelas instituições financeiras para que você pague apenas uma parte do valor da fatura do mês. Ou seja, em vez de quitá-la, você deixa o débito pendente para a próxima fatura.

O exemplo mais conhecido é quando pagamos o valor mínimo da fatura. Mas o rotativo acontece quando você paga qualquer quantia menor que o valor integral. Na prática, entrar para o rotativo significa que o cliente está pagando juros em cima do valor que não conseguiu quitar.

Isso porque, além do débito pendente da última fatura, você terá de pagar também os juros da modalidade. A diferença entre o valor total e o que foi pago até o vencimento se transforma em uma espécie de empréstimo. E, por causa disso, passa a ter juros no restante que você tem a pagar.

Eles podem variar entre as instituições e o tipo de parcelamento, mas vale adiantar que essas taxas estão entre as mais altas do mercado financeiro. Algo capaz de equiparar-se, inclusive, com os valores exagerados do cheque especial. A média dessa taxa é divulgada todo mês pelo Banco Central. Em 2021, por exemplo, ela chegou a 320% ao ano.

Como ter acesso ao crédito rotativo?

O crédito rotativo é liberado de forma automática na sua conta. Antes disso, porém, você vai passar por uma análise de crédito. Durante essa etapa, os bancos vão verificar suas condições financeiras para definir o limite que você é capaz de pagar.

Entretanto, as instituições sempre te darão limites bem mais altos do que seu salário. Isso não é errado, afinal, é bom saber que você tem um limite alto para emergências ou compras de longo prazo. Ao mesmo tempo, é perigoso aproveitar esse valor alto e assim acabar caindo no endividamento.

Imagine ter um cartão com R$5.000 de limite com um salário de R$2.000. Geralmente, as pessoas ficam tentadas a gastar mais no cartão, parcelar compras. Desse modo, é fácil estourar o limite e ter mais de 50% de seu salário dedicado para pagar o cartão de crédito. Como você tem que pagar outras contas, acaba precisando entrar no crédito rotativo. Em outras palavras, terá que parcelar a fatura do seu cartão e lidar com os juros.

Por isso, é fundamental entender como funciona a cobrança dessa modalidade e saber quando utilizá-la da melhor maneira.

Juros do crédito rotativo

Como você viu, por dar um limite mais alto do que você é capaz de pagar, o crédito rotativo cobra bem caro por isso. Esse é um tipo de crédito que tem juros compostos. Ou seja, se você tem uma dívida pequena hoje, daqui a poucos meses ela já pode ser responsável por quase toda a sua renda.

Vamos considerar o exemplo a seguir. Imagine que você tem que pagar R$1.000 por mês na sua fatura. Um dia, você consegue pagar apenas R$800 e parcelar o valor restante. Se os juros do seu cartão forem de 9% ao mês (uma média das taxas disponíveis), você estará devendo não apenas os R$1.000 da sua fatura, mas um total de R$1.218 (R$1000 da fatura normal + R$200 do crédito rotativo + 9% de juros). E isso só irá aumentar conforme os meses passam, porque os juros vão incidir sobre cada parcela da fatura em que você usou o rotativo.

Entendeu como essa opção pode ser problemática? Se você não tomar cuidado, a situação pode evoluir até que você tenha que consultar seu CPF em instituições de proteção ao crédito! E o que nós nunca queremos é encontrar nosso nome na lista de negativados, não é? Por isso, é muito importante assumir o controle financeiro e evitar o parcelamento da fatura.

Quando utilizar o crédito rotativo?

Ao mesmo tempo que o crédito rotativo é uma das modalidades mais fáceis de acessar, ele envolve muitos perigos financeiros. No geral, essa opção deve ser utilizada apenas como um recurso emergencial. Por exemplo, quando surge um problema de saúde ou uma despesa muito cara na sua família.

Entretanto, se acontecer de você só puder pagar o valor mínimo (ou nem mesmo isso), a dica é procurar quitar tudo logo na parcela seguinte. Se você deixar essa valor acumular vários meses, sem arcar com a fatura integral, as dívidas podem virar uma bola de neve.

Alternativas ao crédito rotativo

É importante saber que, caso você não tenha dinheiro para pagar a fatura inteira, existem outras opções de crédito que contam com juros menores. Separamos algumas opções abaixo.

Empréstimo pessoal

Como o nome já diz, o empréstimo pessoal é um crédito cedido por uma instituição financeira a um cliente, para fins pessoais. Dependendo do banco, você não precisa nem mesmo declarar para que finalidade usará o crédito.

Empréstimo com garantia

Nessa modalidade, você oferece um bem à instituição financeira como garantia de pagamento. Desse modo, por ter essa segurança a mais, os bancos conseguem oferecer taxas mais baixas e melhores.

Empréstimo consignado público

O empréstimo consignado também é considerado um modelo de crédito com garantia. Nele, você usa o seu próprio salário para garantir o pagamento das parcelas, que são descontadas automaticamente do holerite todos os meses. Essa opção, porém, é oferecida exclusivamente a funcionários públicos, aposentados e pensionistas do INSS.

Empréstimo consignado privado

Nesta modalidade, o crédito é oferecido exclusivamente a funcionários de empresas privadas que são conveniadas às instituições financeiras. O valor das parcelas é descontado diretamente da sua folha de pagamento. Embora apresente taxas superiores às do empréstimo consignado público, o consignado privado ainda está entre as melhores opções do mercado. Normalmente, a modalidade também oferece maiores prazos para pagamento.

O que acontece se não houver o pagamento do crédito rotativo?

Caso você entre no crédito rotativo, não consiga pagar a dívida no fechamento da fatura seguinte e não aceite nenhuma outra forma de parcelamento do valor devido, você entrará para a lista de inadimplentes.

Se isso acontecer, além de poder ter o cartão bloqueado pela instituição financeira, você pode ter de pagar por:

• Juros remuneratórios, por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado;
• Multa;
• Juros de mora (que é uma taxa percentual sobre o atraso do pagamento).

Nós sabemos que ninguém quer isso, mas infelizmente acontece. A partir daí, você pode encontrar diversas dificuldades. Confira!

Acesso restrito ao crédito

A principal consequência de estar inadimplente é a restrição para obtenção de crédito. Em outras palavras, será difícil conseguir empréstimos ou financiamentos, de imóvel ou veículo.

Existem poucas fontes de crédito para quem tem nome sujo, e as que existem, cobram bem mais caro. Afinal, precisam cobrir o risco do não pagamento do valor emprestado.

Dificuldade para abrir uma conta corrente

Quando você precisa abrir uma conta bancária, tem que apresentar alguns documentos e comprovantes. Nesse momento, o banco verifica os registros de proteção ao crédito, para avaliar se você é um bom pagador. Caso você esteja negativado, a abertura da conta pode ser rejeitada.

Entretanto, é importante lembrar que isso pode variar de acordo com o banco. Isso porque cada instituição é responsável por fazer as próprias regras quanto a aprovação ou não de clientes.

Cartão de crédito negado

Assim como a abertura de conta, você também pode ter o cartão de crédito negado. Ao receber a solicitação, o banco vai avaliar seu histórico e decidir se, de acordo com a sua situação, você pode ou não ter um cartão liberado. Na maioria dos casos, os cartões não são aprovados para pessoas inadimplentes.

Cuidados com o crédito rotativo

Não teve jeito e você teve que usar essa modalidade? Muita calma então! Confira algumas dicas básicas para não tornar o crédito rotativo uma bola de neve de dívidas:

• Fique sempre de olho na fatura;
• Conheça as taxas de juros cobradas no rotativo;
• Tome cuidado com as compras já parceladas;
• Anote os seus gastos para não se esquecer do parcelamento que você ainda deve pagar;
• Verifique se as parcelas cabem no seu orçamento. Caso contrário, entre em contato com o banco para tentar negociar melhores condições.

Como não entrar no crédito rotativo?

Quer aprender a evitar entrar no crédito rotativo? Então veja a seguir algumas dicas que vão te ajudar nessa missão.

Entenda que o cartão de crédito não é dinheiro extra

Acredite, isso é fundamental para não perder o controle dos gastos. Com o cartão, o dinheiro não sai da sua conta imediatamente, mas lembre-se: em algum momento a fatura tem que ser paga e é preciso ter saldo para quitá-la.

Evite o parcelamento de compras

Em resumo, use apenas o que você tem. Parcelar uma compra tem seus riscos, já que você compromete uma parte do seu dinheiro por meses e não considera que imprevistos podem acontecer. Portanto, sempre controle seu orçamento e deixe anotado o quanto você já tem de compras parceladas no seu cartão. Assim, você sabe exatamente quanto da sua renda mensal já está comprometida.

Não empreste seu cartão de crédito

Lembre-se que o único responsável pela inadimplência do cartão é o proprietário. Ou seja, se um amigo ou parente pede seu cartão emprestado, mas não consegue pagar pela quantia, é você quem terá que assumir esse gasto ou ficará com o nome sujo.

Reajuste o limite do cartão

Geralmente, muitas instituições liberam um valor bem acima dos ganhos mensais dos clientes. Nesse caso, se não for possível você mesmo ajustar o seu limite, contate o seu banco e peça um reajuste para algo que se encaixe melhor na sua realidade financeira.

Controle os ganhos e gastos

Aqui, vale utilizar uma simples planilha de gastos ou até mesmo um caderninho, onde você possa fazer e acompanhar seus registros financeiros. Ao olhar quanto do seu salário está sendo comprometido e para onde está indo o seu dinheiro, fica fácil utilizar os cartões de crédito de forma mais consciente e evitar cair no crédito rotativo.

Avalie sempre a necessidade da compra

Parece simples, mas pensar se realmente precisa de um produto antes de comprá-lo é a principal dica para evitar o endividamento. Por isso, procure não comprar por impulso, pesquisar e negociar preços. Tudo isso contribui para manter o orçamento em dia e não fazer compras desnecessárias.

Verifique se cabe no seu orçamento

Muitas vezes, parece fácil realizar uma compra de grande valor dividindo-a em várias parcelas. Porém, é fundamental saber se essa parcela que você está assumindo cabe no seu orçamento futuro. Por exemplo, ao comprar uma televisão de R$ 1 500 reais e dividir em 10 vezes de R$ 150 reais, avalie se você terá fôlego para pagar.

Pague a fatura em dia

Fez uma compra consciente e de forma planejada? Ótimo! Então, não esqueça de pagar a fatura em dia e sempre o valor total. Lembre-se: se você não tiver dinheiro suficiente para quitar a fatura, procure outra modalidade de crédito, com taxas de juros mais baixas. Só não deixe nunca de pagar a fatura!

Agora que você sabe o que é e como funciona o crédito rotativo, lembre-se de avaliar bem sua situação antes de usá-lo. Afinal. os juros do rotativo podem ser muito elevados, o que não é nem um pouco vantajoso para quem já está passando dificuldades financeiras.

Por isso, caso chegue ao ponto de não haver saldo para quitar a fatura total do seu cartão de crédito, avalie outras formas de conseguir esse dinheiro. A principal lição é que o crédito rotativo deve ser utilizado somente para emergências. Para evitar problemas com endividamento, é fundamental entender (pelo menos um pouco) de educação financeira. Acredite, é mais simples do que você imagina!

No nosso Blog você encontra diversas dicas e informações para lidar da melhor maneira com o seu dinheiro. Vamos evitar os perrengues? Até a próxima!